(Im) Popular
- "Zé"
- 4 de jun. de 2019
- 6 min de leitura
Atualizado: 13 de jun. de 2019
1 ano e uns trocos a sair do Pacote...
Tecnicamente, e em bom jeito tuga, chego atrasado ao aniversário do meu próprio blog, coisa pouca...tipo quase quatro meses... Mas sabem como é, a vida acontece e outras coisas afins... Vida "adulta" ou lá o que é...
Adiante...
Bem... Para quem acompanha, sentiu, gostou, odiou e pensou em alguma coisa com o que já viu por aqui... Gostava muito de ter o Vosso feedback via comentário (nas redes sociais onde partilho) e mail (sim o mail ainda existe é só tocarem no envelope enquanto navegam no vosso smartphone, via PC - têm o maravilhoso separador Conta(c)to- P.S - odeio o Acordo Ortográfico).
Por fim, obrigado pelas vossas leituras! Sei que algumas devem parar a meio (ou nem isso), mas enquanto existir um/a leitor/a (sem ser eu, claro!), continuarei a publicar!

Podia escolher uma introdução muito mais ao meu jeito, mas optei por continuar a ser bom aluno deste grande Professor! E assim remato - Pobres e Cansados!
Vamos lá ao (Im) Popular!
Houve alturas em que escrevi no papel, com espaço para corrigir e (re)contextualizar, mas desta vez, decidi fazer isto "corrido", ou seja, conforme aquilo que me vai fluindo da cabeça aos dedos...
Nunca tive intenção de tornar este espaço super popular, especialmente, por saber que exige muito de quem lê... A nudez, outrora a raiz da identidade, assusta... Assusta precisamente por não nos sentirmos bem nus, desconstruídos... Estamos habituados a demasiados tipos de "membranas" ou até mesmo "roupas" que vestimos contra a nudez... Preconceito BOSS, Pseudo Rebanhos Hilfiger, roupas no geral... de marca... vocês percebem...
Um dia, gostava que o "nosso roupeiro" fosse assim, sem membranas, sem roupas...
"Estranho não é? Um espaço vazio, nu... Coisa esquisita..."
Nos dias que correm, as marcas, os pseudo ídolos... "constroem" a nossa identidade, "vestem-nos" roupas que não pedimos e que não são nossas, roupas que servem quando o paradigma é um e são nos despidas quando é outro... mas são roupas que vestimos e despimos de bom grado porque é muito melhor nos parecermos com todos os outros que também as vestem e assim estarmos alinhados com a ausência de autenticidade e preenchimento alheios. No fundo, estar em linha com o que nos é projectado/bombardeado é abdicar de nós próprios para abraçarmos uma ideia de existência que não nos pertence mas que nos é vendida como um "one size fits all" ...
Esta treta, é por si só, paradoxal... Quando se admite existir uma ideia de tamanho/tamanhos é porque existe alguma especificidade, havendo especificidade como é que há um/a ideal/solução para todos? Nunca vi nenhum One Size Fits All servir incrivelmente bem a ninguém... Epá espera lá! É porque se calhar não é suposto...
Que novidade...
É só pôr a cabeça a pensar...
São todos alfas, patrões, líderes, empreendedores e até CEO (que é um termo da moda)... !?!?!?
Mas então e a outra face da moeda?
Somos todos do topo da "cadeia alimentar"!? Deixem-me rir...
É urgente parar e pensar...
É urgente parar com o endeusamento dos pseudo ídolos,
É urgente dar um passo atrás neste falso puritanismo e divindade que tentamos transmitir forçadamente,
É urgente parar com este optimismo exagerado que conduz à depressão e doença mental.
É urgente parar com a polarização das opiniões e do raciocínio...Se o mundo fosse um conjunto de verdades absolutas, não faria qualquer sentido sermos seres pensantes...
É urgente saber que há coisas que são uma merda e que não faz mal.
É urgente sabermos que a nossa imperfeição é perfeita pois representa uma forma de equilíbrio.
Nós somos sempre complementares, nunca adversários... Quando somos... Epá...Isso é uma treta hormonal misturada com algum azeite e necessidade de atenção...
Hoje, mais do que nunca, tudo se resolve à base da pancada e dos berros, todos se esquecem de falar... São todos por todas as causas e causas nenhumas...Precisamente porque não pensam, sobretudo, de forma construtiva, verdadeiramente construtiva e humanista...
Onde mais se nota, é precisamente na política (ou seja, uma representação indirecta "do que somos"- dá que pensar não é!?). Enquanto a clubite aguda do umbigo não desaparecer e o superior interesse colectivo não for tido em conta, tudo continuará igual, igual no sentido em que existirão uns bichos de primeira, de segunda e por aí adiante...Bichos esses que na génese são iguais, meros humanos insignificantes e frágeis, mas com um ego e incompetência social maiores que a própria vida.
Os verdadeiros líderes estão praticamente extintos... O que mais existem são indivíduos com visões compartimentadas de liderança, isso sim. Compartimentadas, no sentido em que para além de limitadas têm por base conceitos que são mais associados à "produção maquinada" por parte de um indivíduo do que ao indivíduo propriamente dito!
Precisamos de líderes-pessoas/humanos para pessoas/humanos... É do mais básico e fundamental que há...
Um líder não divide, um verdadeiro líder, mobiliza a multiplicação de esforços para um bem comum e não é mais que um igual a todos os outros, cujo carácter/carisma/capacidade comunicativa/mobilizadora é substancialmente mais desenvolvida, mas isso não o faz pertencer a um estrato superior...Mas sim, complementar! Porque um líder não é líder sem os que mobiliza e vice-versa.
Mas isto sou eu, um mero humano "contra-sistema" ...
E não fui eu que me auto-excluí, foi sim, o próprio sistema que não comportou, nem a abstracção, nem a capacidade criativa/crítica de um mero ser humano com um bocadinho de saber pensar...Terei eu mais ou menos legitimidade para apontar o dedo!? Os "dos canudos" dizem que não... Eu cá digo que nunca vi nenhum SER, SER e ESTAR como um canudo... E que gostava que todos apontássemos o dedo ao mesmo tempo e nos mobilizássemos para resolver problemas... Mas pronto, os "dos canudos", enfim... cada um aponta do jeito que o SABER lhes indica e maldito seja quem falar diferente! Até porque, depois, lá arranjam 50 opiniões iguais fabricadas e ai daquele que sozinho discorde de 51 pensantes artificiais! É uma prisão psíquica bem pensada... Vulgo "tráfico de influências"...
Chego à conclusão que a compartimentação e excessiva especialização nos fizeram ser tudo menos o que somos, o funil apertou tanto que deixou de haver espaço para o "Nós", para o nosso "Ser"...
Roubaram-nos o talento em função da produção, esquecendo-se que o talento também produz... Até de forma mais eficiente e eficaz...
Porque será que encontramos grande parte da virtude no alheio e não em Nós?
Simples, porque sentimos que não contamos nem que fazemos parte... somos unidades produtivas completamente acéfalas e compartimentadas a troco de uns míseros trocos, que na nossa grande maioria, nem pagam um quarto para viver...em Lisboa...
De facto, os líderes são mesmo líderes..Não são!?
Isto está tudo de pantanas e só há uma de duas soluções: Ou isto fica ainda mais extremado e deixamos de ter qualquer utilidade para nós próprios... Ou então, por milagre, pode ser que alguém leia ou ouça alguma coisa inteligente e tente reverter a situação e que a partir daí, com um rumo comum, sejamos capaz de caminhar...juntos...
O sistema é tão arrogante que mesmo estando dependente das pessoas, tratou de as dominar de forma subserviente... E agora até as quer substituir... Anda tudo a dormir...
Quanta arrogância têm ao dar a cara por algo que podia ser muito mais equilibrado e proveitoso, apenas porque, desequilibrá-lo em determinada altura, vos foi conveniente!?
Nem eu nem ninguém escolhe estar nesta posição! Tenham vergonha...
Somos todos bichos... míseros bichos, que nascem e que vão morrer...
É algo que me incomoda imenso, a falta de humildade relativamente à nossa Vida e existência. Sobretudo, quando de eternos só temos uma ideia nossa, porque, na verdade, somos mais efémeros que um sopro do universo...
Vá-se lá entender...
Os egos andam inchados, mas queixam-se que falta amor.
Os egos andam inchados, mas queixam-se que não há paz.
Os egos andam inchados, mas queixam-se que não há união nem solidariedade.
Os egos andam inchados, mas queixam-se que não há um caminho para todos nós.
Os egos andam inchados, mas queixam-se...
Que sejam inchados por tudo o que há de bom enquanto por cá andamos, que se queixem por não conseguirem fazer mais por todos, incluindo vocês próprios...
Mas que nunca se queixem por terem percebido tarde demais, que o ego é o inimigo...
O que é que estás aqui a fazer?
Qual é o teu propósito?
Ninguém tem tempo?
Ninguém sabe...?
De repente estão nus...
Eu cá sei que não nasci para morrer...
E quando morrer, que morra pobre de tristezas e cansado por tão bem tentar fazer...
Mas, ainda assim, há coisas que são uma merda...
Mas não faz mal.
Arregaça as mangas, tu contas.
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